terça-feira, 24 de julho de 2012

2° série

Ementa 2° série do Ensino Médio organizado por Blocos
Primeiro Bimestre: O que é Política?; O preconceito contra Política; Política grega; Os    gregos e Democracia; Política para Platão; Aristóteles e política; Maquiavel e o poder; Teoria Política para Hobbes, Locke e Rousseau; Desigualdade Social e Violência indígena e africana; Marx e a política.


Vídeo produzido pelos alunos do 2° ano do CEASP. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=7sppcnJebiQ 





O que é Política?
 
Segundo o Dicionário de Filosofia Abbagnano (2007), na definição de política de Aristóteles está ligada ao bem e ao bem supremo em que a ciência da Política cabe indagar qual deve ser a melhor constituição em vista de satisfazer os ideais que possam ser posta em práticas. A política tem designação à doutrina do direito e da moral; teoria do Estado; a arte da ciência e do governo e os estudos dos comportamentos intersubjetivos. Vamos nos focar nessa pesquisa na primeira definição que foi a herança dos gregos e na qual Aristóteles irá fundamentar a sua teoria de Política enquanto ciência.

A palavra política deriva de politikós, do grego, e diz respeito àquilo que é da cidade, da pólis (na Grécia Antiga), da sociedade, ou seja, que é de interesse do homem enquanto cidadão. Já na Grécia Antiga, um dos primeiros a tratar da política como uma prática intrínseca aos homens foi Aristóteles, com seu livro A Política. Nas pólis os gregos participavam das decisões da cidade na ágora que era a praça pública e lá nasceu à democracia que é a junção de duas palavras gregas Demos – povo e Kratos – poder, logo a exercício a democracia era exercido por todo o povo considerado cidadão, bem claro que cidadãos na Grécia antiga eram somente homens livres, privando mulheres, estrangeiros e escravos. E assim organizaram as três esferas de poder: legislativa, administrativa e judiciária que cuidavam de elaborar leis, executar e julgar para o bem a comunidade política que para o filósofo grego é o principio ético da felicidade.

Para Aristóteles “a política não se separa da ética, pois a vida individual está embriagada a vida comunitária. [...] conclui que a finalidade da ação moral é a felicidade do individuo, também a política tem por fim organizar a cidade feliz” (apud ARANHA, 1993, p. 194).

Ao conceituarmos política somos obrigados a vermos como funcionava na Grécia antiga a democracia que era o exercício da política, assim Aranha (1993) explica A palavra democracia vem do grego demos ("povo") e kratia, de krátos ("governo", "poder", "autoridade"), em que os atenienses foram o primeiro povo a elaborar teoricamente o ideal democrático, dando ao cidadão a capacidade de decidir os destinos da pólis,

Ao longo do tempo, o termo política deixou de ter o sentido de adjetivo (aquilo que é da cidade, sociedade) e passou a ser um modo de “saber lidar” com as coisas da cidade, da sociedade. Assim, fazer política pode estar associado às ações de governo e de administração do Estado. Por outro lado, também diria respeito à forma como a sociedade civil se relaciona com o próprio Estado.
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  Democracia Grega

Prof. Tiago Augusto S. Mattos
Professor de História - CEPEMAR

A democracia surgiu na Grécia por volta do século VI, quando um aristocrata chamado Sólon viu a necessidade de implementar reformas devido grave crise social gerada pela escassez de terras.
Nesse contexto de crise foi elaborado junto com a ekklesia que escolhia os magistrados e a boulé, que elaboravam as leis votadas nas assembléias populares, um sorteio para o preenchimento das magistraturas. Desse modo, qualquer cidadão rico ou pobre, podia ser magistrado. O nome desse sistema de governo era: Democracia (demos – povo e kratos – poder, ou seja, poder ou governo do povo).
Antes da implementação da democracia, somente eram considerados cidadãos e tinham o direito de participar da política, homens adultos e filhos de pais atenienses. Depois dessa reforma, todos participavam da vida política.
Em Atenas os cidadãos participavam ativamente da vida política da cidade, ou seja, era uma democracia direta. Já no Brasil, as decisões são tomadas pelos vereadores, prefeitos e governadores, entre outros. Chamamos essa forma de governo de democracia indireta ou representativa, pois escolhemos pessoas para nos representar.

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O preconceito contra a política e o que é de fato política hoje. 

O perigo é a coisa política desaparecer do mundo. Mas os preconceitos se antecipam; ‘jogam fora a criança junto com a água do banho’, confundem aquilo que seria o fim da política com a política em si, e apresentam aquilo que seria uma catástrofe como inerente à própria natureza da política e sendo, por conseguinte, inevitável. Por trás dos preconceitos contra a política, estão hoje em dia, ou seja, desde a invenção da bomba atômica, o medo da Humanidade poder varrer-se da face da Terra por meio da política e dos meios de violência colocados à sua disposição, e – estreitamente ligada a esse medo – a esperança da Humanidade ter juízo e, em vez de eliminar a si mesma, eliminar a política – através de um governo mundial que transforme o Estado numa máquina administrativa, liquide de maneira burocrática os conflitos políticos e substitua os exércitos por tropas da polícia. Na verdade, essa esperança é totalmente utópica quando se entende a política em geral como uma relação entre dominadores e dominados. Sob tal ponto de vista, conseguiríamos, em lugar da abolição da política, uma forma de dominação despótica ampliada ao extremo, na qual o abismo entre dominadores e dominados assumiria dimensões tão gigantescas que não seria mais possível nenhuma rebelião, muito menos alguma forma de controle dos dominadores pelos dominados.(...) Mas, se se entender por ‘político’ o âmbito mundial no qual os homens se apresentam sobretudo como atuantes, conferindo aos assuntos mundanos uma durabilidade que em geral não lhes é característica, então essa esperança não se torna nem um pouco utópica. Na História, conseguiu-se freqüentemente varrer do mapa o homem enquanto ser atuante, mas não em escala mundial – seja na forma da tirania que hoje nos dá a impressão de estar fora de moda, na qual a vontade de um homem ‘exige pista livre’; seja na forma moderna de dominação total, na qual se deseja liberar os processos e ‘forças históricas’ impessoais supostamente mais elevadas e escravizar os homens para elas. Na verdade, o a-político no sentido mais profundo dessa forma de dominação mostra-se juntamente na dinâmica que lhe é característica e que ela desencadeia, na qual, cada coisa e tudo antes tido como ‘grande’ hoje pode cair no esquecimento – se for para manter o movimento em impulso, deve cair mesmo. O que não pode servir para acalmar nossas preocupações ao constatarmos que, nas democracias de massa, sem nenhum terror e de modo quase espontâneo, por um lado toma vulto uma impotência do homem e por outro aparece um processo similar de consumir e esquecer, como se girando em torno de si mesmo de forma contínua, embora esses fenômenos continuem restritos, no mundo livre e não arbitrário, à coisa política em seu sentido mais literal e à coisa econômica.

ARENDT, H. O que é política? Tradução Reinaldo Guarany. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998 p.25 - 28.

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(Prefácio do livro "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel.
(texto baixado do site: www.dominiopublico.gov.br, onde se encontra o texto do filósofo na integra).


O PRÍNCIPE


Nicolau Maquiavel


Costumam, o mais das vezes, aqueles que desejam conquistar as graças de um Príncipe, trazer-lhe aquelas coisas que consideram mais caras ou nas quais o vejam encontrar deleite, donde se vê amiúde serem a ele oferecidos cavalos, armas, tecidos de ouro, pedras preciosas e outros ornamentos semelhantes, dignos de sua grandeza. Desejando eu, portanto, oferecer-me a Vossa Magnificência com um testemunho qualquer de minha submissão, não encontrei entre os meus cabedais coisa a mim mais cara ou que tanto estime, quanto o conhecimento das ações dos grandes homens apreendido através de uma longa experiência das coisas modernas e uma contínua lição das antigas as quais tendo, com grande diligência, longamente perscrutado e examinado e, agora, reduzido a um pequeno volume, envio a Vossa Magnificência. E se bem julgue esta obra indigna da presença de Vossa Magnificência, não menos confio que deva ela ser aceita, considerado que de minha parte não lhe possa ser feito maior oferecimento senão o dar-lhe a faculdade de poder, em tempo assaz breve, compreender tudo aquilo que eu, em tantos anos e com tantos incômodos e perigos, vim a conhecer. Não ornei este trabalho, nem o enchi de períodos sonoros ou de palavras pomposas e magníficas, ou de qualquer outra figura de retórica ou ornamento extrínseco, com os quais muitos costumam desenvolver e enfeitar suas obras; e isto porque não quero que outra coisa o valorize, a não ser a variedade da matéria e a gravidade do assunto a tornarem-no agradável. Nem desejo se considere presunção se um homem de baixa e ínfima condição ousa discorrer e estabelecer regras a respeito do governo dos príncipes: assim como aqueles que desenham a paisagem se colocam nas baixadas para considerar a natureza dos montes e das altitudes e, para observar aquelas, se situam em posição elevada sobre os montes, também, para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe e, para bem entender o do príncipe, é preciso ser do povo. Receba, pois, Vossa Magnificência este pequeno presente com aquele intuito com que o mando; nele, se diligentemente considerado e lido, encontrará o meu extremo desejo de que lhe advenha àquela grandeza que a fortuna e as outras suas qualidades lhe prometem. E se Vossa Magnificência, das culminâncias em que se encontra, alguma vez volver os olhos para baixo, notará quão imerecidamente suporto um grande e contínuo infortúnio.
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 A mulher na política grega

Juliana Bueno
Aluna do 2°B CEASP

Na política da Grécia Antiga as mulheres não tinham voz e nem vez, não possuíam lugar na pólis e na ágora. Os gregos foram os primeiros a refletir sobre política, mas atrasados em relação às mulheres, assim não sendo uma real democracia.
As mulheres no período clássico em que começou a reflexão filosófica e política, não desempenhavam nenhum papel na vida pública e não detinham o direito a cidadania, não podendo participar de nenhuma atividade política da pólis, ou seja, elas não tinham a isègoria (igualdade de direito à palavra pública, direito de falar nas assembléias) e lhe restavam somente o espaço do oikos - a casa, ou seja, a mulher grega não participava da vida pública, não recebia educação e era obrigada a ficar trancada em casa.
Atualmente a nossa política que é herança dos gregos se diferencia em vários aspectos e um deles é o papel da mulher. Em nossa democracia elas possuem representatividade nos poder legislativo, administrativo e judiciário, inclusive como chefes de estado, e temos hoje varias mulheres como presidentas de países, e temos o orgulho de citar que o nosso país e as mulheres cada vez ganham mais espaços na vida pública. Porém existem vários espaços para serem conquistados e preconceito a serem quebrados, como lugar de mulher é em casa cuidando dos afazeres domésticos e crianças.
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Ética e política 
Fernanda Lima
Aluna do 2°B CEASP

A política como conhecemos surgiu na Grécia mais propriamente em Atenas, quando as pessoas se reuniam na ágora (praça pública) para debaterem o bem da pólis (cidade grega). Segundo Aristóteles é na política que o homem, animal político, vai atingir a felicidade, pois ali ele desenvolve a arte de saber viver, ou seja, pensa no bem comum de todos desenvolvendo suas virtudes.
O que percebemos na política contemporânea são pessoas se candidatando para se darem bem e nem pensam na população. Nisso há um distanciamento do ideal da política grega, pois o que vemos é uma politicagem, em que os representantes da população só se favorecerem com dinheiro público e deixam o povo a ver navios. E questionamos: onde está a ética na Política? E as virtudes dos representantes políticos?
Sabemos que a política é uma boa coisa para a cidade quando se tem ética, porém o que vemos é uma grande falta de consideração e respeito ao povo, vemos políticos egocêntricos, sem virtudes e o sem mínimo de ética. É necessário resgatar o ideal grego de política para que possamos reformar a nossa política e quem sabe assim chegamos à felicidade.
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Hipocrisia política
 Davi Lopes
Ex-aluno do CEASP

Movidos pela esperança e não pela efetivação de uma política justa, crendo em promessas obtemos um déficit muito grande em relação ao conhecimento político democrático. Muitos candidatos usam da boa fé popular, em favorecimento em suas politicagens usando os direitos humanos, o combate a desigualdade social entre outros. Vemos uma hipocrisia, um mundo repleto de desigualdades, em que podemos tomar como exemplo o apontamento de falhas e negligencias dos opositores, jogo de gatos e ratos. Assim necessitamos de uma política com princípios e não somente promessas.  Como até aqui estou apontando problemas e falhas; vou expor o que penso assim: devemos dar mais atenção à política que nos cerca; devemos instruir nossas crianças e jovens a participarem manifestando ativamente das causas políticas, pois do contrário teremos sempre uma diplomacia política aristocrata elitista e lideranças demagogas fantasiadas de “democracia”. 
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O preconceito contra a política - analise do texto de Hannah Arendt


Jassiara de Abreu Ferreira
Aluna do 2°A CEMEPAR

Quando se fala em Política, uma das primeiras imagens que nos vem à cabeça se relaciona ao fato de pensarmos que o ato político em nada tem a ver com ética, e que também esta é responsável por frustrar as expectativas do homem enquanto cidadão.
Popularmente falando, o conceito que se tem sobre Política, não é a visão de algo democrático e fundamental para o funcionamento de uma sociedade, mas sim o simples fato de conceituarmos Política com desonestidade, corrupção, escolhas e alianças equivocadas, e também por medo; medo da implantação de governos ditatoriais e disputas políticas, em meio a qual se originam conflitos de grandeza imensurável. O homem, com pouca clareza sobre política, pensa que se trata de um sistema com o qual ele passa a ser dominado por quem detém o poder, o que o torna passivo diante disso.
Em seu livro “O que é Política”, a pensadora alemã Hannah Arendt citou como principal ponto do preconceito político, a fuga da impotência, o desesperado desejo de ser livre na capacidade de agir. Esta citação deixa bem claro que o individuo se vê impotente diante de uma hierarquia política.
Fato é, que se precisa ampliar essa visão e também romper as barreiras do preconceito político, mantendo a coerência e o livre arbítrio. Como cidadãos temos o dever e o direito de nos organizarmos e exigir que a política esteja voltada para benefício coletivo, pois mesmo que de forma não atuante e profissional somos e fazemos Política.
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Política na educação infantil

 Liria Lourdes de Oliveira
Aluna do 2°ano da Formação de docentes do CEASP

A educação é essencial para a política e a política é essencial para a educação, desde as séries iniciais da escola.

A escola é a instituição, onde a criança passa grande parte da sua vida e lá que vivencia suas primeiras experiências se desenvolvendo pessoalmente e coletivamente, intelectualmente e moralmente.

Encaramos que é fundamental que a criança cresça preparando-se para ser membro ativo na sociedade e não ser submetido, sendo crítico e construindo autonomia. Vemos que seja também fundamental criar concepções de política desde o inicio da vida escolar, formando assim um cidadão participativo com iniciativas.

Assim a política deve ser debatida na escola desde as séries iniciais, para que o educando tenha clareza e na sua vida adulta seja um cidadão politizado.

Segundo Bimestre: Conceito de ética; Ética e moral; Falta de ética ou de moral?; Ética grega; Ética aristotélica justo -meio;  Nietzsche: a transvaloração dos valores; Ética contemporânea; Alteridade ética em Emmanuel Lévinas; O que é liberdade?; Jean Paul Sartre e a liberdade; A liberdade brasileira durante o regime militar.

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